quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Logomarcas e símbolos, a semiótica no cotidiano...


Gabriela Rebouças Milani Cecci

Desde que nascemos estamos habituados a reconhecer figuras, desenhos, formas geométricas etc. No entanto, as logomarcas comerciais ficam gravadas em nossas memórias e não importa quantos anos passem, somos capazes de reconhecê-las. Elas estão ligadas a semiótica por meio da reprodução simbólica (ou símbolo), que tem o intuito de representar uma instituição, como cita Adrian Frutiger: “Atualmente todos somos incluídos na economia moderna como consumidores. O espaço em que vivemos está repleto de bens de consumo, que se tornaram indispensáveis para a nossa existência. De certo modo, nosso dia só começa depois de passarmos os olhos pela marca familiar que vem impressa na embalagem do café. Todos os nossos caminhos estão marcados por símbolos, desde o primeiro sinal matinal até a última qualidade que vemos antes de dormir, gravadas do despertador.”




Um exemplo é a logomarca da Apple, que era famosa por seus computadores Macintosh mas que tornou-se muito mais conhecida pela febre do Ipod e mais recentemente do Iphone. Porém, essa marca não possui tal nome à toa. Ela foi criada primeiramente por seus donos, Steve Jobs e Robert Wayne a partir da idéia que remetia a conhecida maçã que levou Isaac Newton a teoria da gravidade, simbolizando a inspiração. A partir daí foi criada a primeira logomarca, como se vê ao lado, ilustrando Newton embaixo da macieira com apenas uma maçã sendo iluminada. Contudo, essa imagem nunca seria facilmente memorizada pelas pessoas pois demonstra algo antigo e sem cores. Assim Steve Jobs e Stephen Wosniak, outro dono da companhia, decidiram criar uma maçã mordida, como se com ela pudéssemos adquirir conhecimento e sabedoria dando até hoje a Apple um símbolo diferente e colorido, que marca a empresa e tornando-a mais acessível ao pensamento de seus clientes.
Outro símbolo que se tornou um destaque foi o da rede Carrefour. Não importa o país que você esteja, ele sempre será o mesmo, sendo como a Apple um símbolo universal. A marca original que identifica o Carrefour até os dias atuais foi criada em 1966, por Jacques Daniel. O curioso é que muitas vezes demoramos a perceber que o desenho não se trata de um bonequinho ou uma flecha, mas sim de um “C” branco sobreposto a um losango azul e vermelho, que homenageiam as cores da bandeira francesa.


No entanto existem marcas que por sua tamanha importância e influência no mundo acabaram se tornando ícones, que segundo o Dicionário de Semiótica de A. Greimas significa “um signo definido por sua relação de semelhança com a realidade do mundo exterior”. É o caso da Coca-Cola, McDonald’s, BMW, Adidas, Nike e muitas outras. Aldemira Assis Drago, especialista em Marketing defende que “os logos, como símbolo visual, conferem visibilidade e legibilidade às marcas e ajudam afixar o nome e a imagem que o compõem [...] porque a força do nome repousa no seu significado na mente do consumidor. E como os logos se constituem em imagem fixa da marca, nesse caso, eles acabam indo para o segundo lugar”.
Devido a sua tamanha abrangência, a semiótica talvez seja uma das mais importantes ciências estudadas, pois se aplica ao nosso convívio, sociedade e meios de comunicação de forma direta, interferindo não só no que representa, mas em toda sua significação.


Referências:

DEELY, John. Semiótica básica. São Paulo: Ática, 1990.
DRAGO, Aldemira Assis. Marca: identidade e significado emocional do produto. 2004. www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/258.pdf

EPSTEIN, Isaac. O signo. 7. ed. São Paulo: Ática, 2002.
FRUTIGER, Adrian. Sinais e símbolos: desenho, projeto e significado. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
GREIMAS, A. J. ; COURTÉS, J. Dicionário de Semiótica. São Paulo: Cultrix, _.
SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 2007.
_____________. Teoria geral dos signos: como as linguagens significam as coisas. São Paulo: Pioneira, 2000.
Imagens disponíveis em: Google Imagens – Apple, Carrefour.

Um comentário:

Dirce disse...

Gabriela
Um dos objetivos da disciplina era mostrar como e quanto a semiótica está presente no cotidiano. Muito bom o trabalho.
Dirce